terça-feira, 28 de abril de 2009

"A saga dos Pampas"

"Sete rosas rubras de fogo
Amor e paixão
Sete velas luzem por nós
Na escuridão."

Hoje pela tarde enquanto esperava o bolo de aniversário da minha mãe ficar pronto vim aqui para o computador para o tempo passar logo, olhei na estante e ví meu CD da minissérie- A Casa das Sete Mulheres, um vício profundo que me consumia desde 2003, quando iniciou-se os capítulos e eu tinha meus nove anos de idade. Quando a série começou eu ficava acordada até o fim, eu adorava ver a "Caetana e o Bento Gonçalves" juntos, achava o par romântico mais lindo do mundo e para não perder nada no dia seguinte eu gravava os capítulos em VHS para reasistir toda tarde.
Aquilo para mim era a melhor coisa do universo, nas tardes eu ficava sozinha em casa, colocava a fita na TV, punha um vestido meio de época, ajustava o cabelo, ia na frente da TV e começava a dialogar com as personagens da história. Depois eu ia até o quintal, pegava o espeto de churrasco e começava a lutar com a mureta, dou risada hoje em dia mas antigamente levava super a sério. Como Bento e Caetana tinham muitos filhos escolhi ser uma delas, eu então era Angélica e como todos na série tinham um par, minha Angélica também tinha, era Pedro filho da Ana Joaquina com Paulo, Pedro no caso era primo de Angélica.
A rede do quintal era minha carroça pela qual eu ia até Piratinim e Pelotas em pensamento. Era para mim a melhor coisa da infância, me imaginar na guerra dos farrapos, lutando, casando, andando até de cavalo! E hoje, poxa quantas saudades me deu de tudo! Meus personagens como "mama" Caetana, "papa" Bento, "tia" Ana, Antônia, Maria, muitos irmãos, muita alegria e muita tristeza em ver a "família" em guerra, muitas vezes eu chorava quando via Bento perder a guerra dos farrapos, quando alguém morria...Eu encarnava mesmo! Acho que esse é meu maior problema na vida, quando gosto de algo encarno, não páro de falar sobre, me imagino sendo as personagens, passo horas imaginando "porque esse diretor acabou com a minissérie que eu tanto amava?"
No último capítulo chorei como nunca tinha chorado na minha vida, ficava roxa, vermelha por não me conformar com o fim da coisa mais maravilhosa do mundo para mim, passei dias sem me alimentar, estava deprimida mesmo. Hoje só me restam as fitas em VHS, o CD e a saudade de "virar" Angélica de novo.
É, sinto saudades da "Casa das Sete Mulheres" e de meus momentos de loucura com a teledramaturgia brasileira.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Temo pelo futuro...


"É fim de noite, final do dia vinte e oito de junho de dois mil e quarenta e quatro, hoje é meu tão esperado e sonhado cinquenta anos de idade. Moro só, sou viúva e sem filhos, não possuo mais animais de estimação pois não sobreviveram sem água e sem o ar puro das árvores. Para piorar ainda mais a situação e a solidão tenho o pavor de informá-los que, há dias não tomo um banho de mais de horas como fazia há vinte anos atrás, a meses não tomo sequer um copo de água potável, límpida. O que vem para as nossas mãos hoje em dia é uma água suja, cara, muito diferente da qual tomava antigamente. O homem nos anos passados ignorava a hipótese de que a água poderia um dia acabar, digo, a água potável. Pois bem, quem vive agora neste ano, neste tempo, está realmente vendo o que acabou acontecendo a todos nós hoje em dia. Corremos, lutamos, guerreamos, nos matamos para poder chegar perto de apenas um copo de água.
O que mais sinto falta além da água é aquele ar fresco, puro, que quando a chuva caía sobre a grama a casa toda cheirava a planta, o cheiro de chuva molhando as flores, a chuva molhando os telhados, a água caindo sobre as ruas e nós só observando. Não meus caros, hoje tudo está diferente, tudo está ao contrário, ninguém mais apenas observa a chuva caindo sobre o chão, colocamos baldes, nos banhamos, nos jogamos embaixo da chuva mínima que cai. Diria que agora, a respiração não é apenas nossa, até porque, ninguém mais aqui na cidade consegue respirar sozinho, sem ajuda de aparelhos especializados que nos custou os olhos da cara. Pessoas com vinte, trinta, quarenta anos com aparência de noventa, destruídos pelo tempo e pela falta de água e ar.
As pessoas estão morrendo mais rapidamente, evitam ter filhos para prevenir o sofrimento que pode ocorrer mais para frente, falta de medicamento, cuidados, alimentos, mantimentos, tudo isso está em alta escassez. Não temos alimentos suficientes para comer, já que precisam de água pra se regar nas lavouras.
Agora, minha vida está assim, não sei como será mais uma vez o futuro, se sobreviverei até meus noventa anos ou se morrerei de sede e falta de ar nas próximas vinte e quatro horas. Preserve, cuide do que é seu também, para que as próximas gerações não sofram com atos tolos e impensáveis. Vamos preservar enquanto é tempo. O planeta está pedindo socorro e você não está ouvindo, quando formos pedir a ele, pode ser tarde demais."


Temo muito pelo futuro que nos aguarda. Aliás, temo a tudo que está ao meu redor, é como se fosse uma desconfiança, uma coisa louca que toma conta de mim.

O futuro? O futuro não é simplesmente branco e sem fim, até porque, agora branco só nas ilustrações de livros.

O mundo "está se acabando" e você está ciente de que, AINDA pode mudar tudo isso? Se não sabe, eu lhes digo, VOCÊ PODE.

Onde está o mundo de antes, de ontem? Esse, simplesmente desapareceu apenas com a fumaça do teu carro. Ande mais de bicicleta, isso também faz bem para sua saúde.

Fique mais em casa, curta sua família, brinque com seu cachorro, bata um papo gostoso com seus avós. VIVA, tente aprender mais sobre as músicas antigas, sobre os atores que faziam sucesso, a que fim levou a Bossa Nova, como seus pais se portavam nas escolas. Queira saber um pouco mais sobre sua família, seus amigos, tente imaginar como será o seu futuro.

Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, agora, neste momento.

Eu por exemplo, neste momento preciso ir dormir, 00:06, tenho aula amanhã pela manhã, por isso, vou terminar de escrever isso e voar para a cama.

Não disse? Farei isso agora, porque se eu for deixar para manhã, quem me garante que estarei viva até lá?

Será?


100 anos para se contar

"Há cem anos atrás, exatamente no dia quinze de maio de mil novecentos e nove nascia uma escola. Bem recatada onde só meninas estudavam lá com suas saias de pregas, suas camisas brancas, seus sapatos pretos com as meias soquetes..Tudo isso ficou pra história, uma história que não deve ser esquecida e sim ser lembrada a todos os anos, meses e dias. O Colégio Puríssimo pra mim é uma enorme referência de potencial ao futuro, ele nos leva ao caminho certo de uma vida inteira pela frente. Seus ensinamentos e conhecimentos concebidos durante todos os anos de permanência na escola fazem-nos acreditar cada vez mais em um futuro melhor.
Durante três anos tive de me ausentar do Colégio para ir pra outra escola, aquilo foi como um baque pra mim, deixar todos os meus amigos de longa data, de freqüentar o coral que eu tanto amava, fora ao ensinamento avançado que tinha. Nesse ano quando recebi a notícia do meu retorno ao Colégio foi um mar de alegrias, novos planos, novas amizades, enfim, tudo o que eu queria a três anos atrás.
Além do mais foi uma volta triunfal, justo no ano onde se comemoram os cem anos do Colégio Puríssimo, uma data super importante não só para as Irmãs e professores, mas como também para os alunos em poder vivenciar essa data tão marcante. São anos mais que merecidos e que devem ser lembrados com muita alegria, muita festa, muito patriotismo e harmonia entre a escola toda.
Parabéns Puríssimo, pela conquista dos cem anos de história, dos cem anos de luta, amor e dedicação com os alunos e professores.
E que venham mais cem anos para festejarmos com muita alegria."


Será? Será que me sinto preparada para ver meu relato sobre os cem anos da escola em um livro? Será que terei interesse suficiente para engrenar na carreira que tanto quero?

Meu Deus, então me dê a coragem que me falta e me aflige todos os meses, dias e momentos.

Talvez não esteja preparada para críticas, mas que me venha essa força que sei que possuo, e me faça enfrentar tudo de cabeça erguida.

Sei que não escrevo bem e que me faltam palavras cultas, mas o que posso fazer a não ser tentar melhorar a cada dia?

Ahh meu Deus, então me ajude a não ser rude, indolente, impaciente com o futuro que me espera e faça-o que eu o enfrente da melhor maneira possível.

Pois é, tenho medo.

Não sei esconder...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Enquanto a tristeza não vem.




Tenho medo?
Mas medo de quê?
Será que esse medo me acompanha a tempos,
E não sei como livrar-se dele?
Viver? Viver me dá medo.
Viver da maneira na qual vivo
Me cega a cada dia.
Morrer? Confesso ter muita vontade de morrer.
Penso, como será a vida depois da morte?
Minha vida é como onda de mar,
Vai, volta, mas sempre cai no mesmo lugar.
Correr? Correr pra quê?
O tempo é inimigo constante da inconstância,
Não é preciso correr,
As coisas chegam a medida que elas precisam que elas cheguem.
Não apresse o tempo, não corra,
Deixe que a vida te leve na brisa, da calada da noite.
Vivam, morram, corram, tenham medo,
Enquanto, a tristeza não vem.